Contacto


CEREJEIRA AFRICANA

Pygeum africanum HooK

Descrição

Árvore até 30 m de altura, que cresce nos bosques da África central, com folhas oblongas, crenuladas, coriáceas. Flores pequenas em cacho, pentâmeras, brancas com pedúnculo avermelhado. Fruto em drupa globulosa, com uma depressão na parte superior.

Parte utilizada

Casca.

Princípios ativos

Complexo lípido-esterólico: n-tetracosanol, n-docosanol (alcohol alifático) e seus ésteres.

Fitosterois: beta-sistosterol, campestrol, beta-sistosterona.

Flavonoides.

Ácidos triterpénicos pentacíclicos: ursólico, oleanólico.

Ésteres do ácido ferúlico.

Carotenoides.

Ação farmacológica

  • Anti-inflamatório da glândula prostática.

O complexo lípido-esterólico reduz os problemas miccionais associados ao adenoma benigno da próstata (polaquiuria, urgência miccional e nicturia), aumentando o fluxo urinário e reduzindo o volume residual, assim como o volume, peso e densidade da glândula devido a uma redução do componente fibroatrófico, do edema periuretral e a uma regeneração dos túbulos. Isto traduz-se numa sensação subjectiva de melhoria na qualidade de vida.

O seu mecanismo de ação ainda não está elucidado. Vários fatores podem ter influência. A sua ação anti-inflamatória parece ser devido à inibição da 5 lipoxigenase dos polimorfonucleares que se infiltram no tecido da próstata.

 

Alguns estudos clínicos mostram que a sua eficácia é comparável à do sabal.

 

Observou-se também um aumento da capacidade eréctil e das secreções prostáticas, pelo que tem sido usado como um adjuvante nos tratamentos de infertilidade masculina, observando-se que é especialmente eficaz nos casos sem um componente inflamatório adicionado.

Os parâmetros hormonais não foram modificados.

 

Foi descrito que o complexo lipídico-estereólico induz a regeneração do epitélio secretor da próstata e contribui para restaurar a função secretora da glândula.

Embora a maioria dos estudos exclua a sua interação com o metabolismo da testosterona, tem sido descrito que, in vitro, inibe parcialmente 5-alfa-reductase e a aromatase, pelo que a sua possível ação sobre o epitélio da próstata, cujo crescimento é dependente das hormonas, não deve ser excluída.

Recentemente, ficou provado que o extrato inibe, in vitro, a proliferação de células induzidas pelos principais fatores de crescimento do tecido da próstata (fator de crescimento epidérmico EGF, fator básico de crescimento do fibroblasto bFGF e insulina IGF-1.like growth factor 1). A inibição da proliferação também foi observada na ausência de estimulação e com células estimuladas por um ativador da proteína kinase C.

Alguns estudos em animais mostram que o complexo lipídico-esterólico, em doses elevadas, previne problemas funcionais da bexiga causados pela obstrução parcial da uretra, sem diminuir a hipertrofia vesical compensatória.

Indicações

Adenoma benigno da próstata e distúrbios miccionais associados.

Tratamento antes ou depois da adenectomia.

Prostatite.

Alguns autores associam-na à equinacea, urtiga e sabal.

 

Contraindicações

Não foram descritos.

 

Precauções e Interações com medicamentos

Não foram descritos.

 

Efeitos secundários e toxicidade

Em doses razoáveis carece de toxicidade, embora ocasionalmente possa provocar um ligeiro desconforto gástrico.

Estudos

- Carani C, Salvioli V, Scuteri A et al. “Urological and sexual evaluation of treatment of benign prostatic disease using Pygeum africanum at high doses”. Arch Ital Urol Nefrol Androl 63(3):341-5, 1991.

- Barlet A et al. “Efficacy of Pygeum africanum extract in the medical theraphy of urination disorders due to benign prostatic hyperplasia: evaluation of objetive and subjective parameters. A placebo controlled double-blind multicenter study”. Wien Klin Wochenschr 102(22):667-73, 1990.

- Yablonsky F, Nicolas V, Riffaud JP, Bellany F. “Efecto antiproliferativo del extracto de Pygeum africanum en los fibroblastos prostáticos de rata”. J Urol 1997 Jun; 157 (6):2381-7. Erratum in: J Urol 1997 Sep;158(3 Pt 1):889. 

- Solano RM, Garcia-Fernandez MO, Clemente C, et al. “Efectos del extracto de P. africanum (Tadenan) sobre los receptores del péptido vasoactivo intestinal, proteínas G, y adenilciclasa en la próstata ventral de ratas”. Prostate 2000 Nov 1;45(3):245-52.

- Paubert-Braquet M, Cave. et al. “Efecto del extracto de Pygeum africanum sobre A23187, estimulador de la producción de metabolitos de la lipooxigenasa de las células polimorfonucleares humanas”. J Lipid Mediat Cell Signal 1994 May;9(3):285-90.

- Barlet A, Albrecht J, Aubert et al. “Eficacia de un extracto de Pygeum africanum en la terapia médica y trastornos urinarios debidos a la hiperplasia benigna de próstata: evaluación de parámetros objetivos y subjetivos. Estudio doble ciego multicentro controlado”. Wien Klin Wochenschr. 1990 Nov 23;102(22)667-73.

- Szolnoki E, Reichart E, Marchal S, Szegedi G. “Efecto de Pygeum africanum sobre el factor de crecimiento fibroblástico (FGF) y transformación del factor de crecimiento bete (TGF beta 1/LAP) expresión en el modelo animal”. Acta Microbiol Immunol Hung 2001;48(1):1-9.

- Levin RM, Das AK. “Bases científicas para los efectos terapéuticos de Pygeum africanum y Serenoa repens”. Urol Res 2000 Jun; 28(3):201-9. Review.

- Santa María Margalef A., Paciucci Barzanti R et al. “Antimitogenic effect of  Pygeum africanum extracts on human prostatic cancer cell lines and explants from benign prostatic hyperplasia”. Arch Esp Urol 2003 May; 56(4):369-78.

- Mathe G., Hallard M et al. “A Pygeum africanum extract with so-called phyto-estrogenic action markedly reduces the volume of true and large prostatic hypertrophy”. Biomed Pharmacother. 1995;49(7-8):341-3.

- Carani C., Salvioli V et al. “Urological and sexual evaluation of treatment of bening prostatic disease using Pygeum africanum at high doses”. Arch Ital Urol Nefrol Androl. 1991 Sep; 63(3):341-5.

- Thieblot L., Grizard G., Boucher D. “Effect of V1326 (active principle of Pygeum africanum extract) on hypophyseo-genito-adrenal axis in rats”. Therapie 1977 Jan-Feb;32(1):99-110.

Bibliografia

- Botanical Influences on Illness. A sourcebook of clinical research.  Melvyn R. Werbach, M.D. & Michael T. Murray, N.D. Third Line Press.

- Jean Bruneton. Farmacognosia. Fitoquímica Plantas Medicinales.  2ª Edición. 2001. Ed Acribia. S.A.

- Fitoterapia aplicada. J.B. Peris; G. Stübing; B. Vanaclocha. Colegio Oficial de Farmacéuticos de Valencia.

- Pharmacognosy, Phytochemistry, Medicinal Plants. Jean Bruneton. Lavoisier Publishing.

- Matière Médicale. RR Paris- H. Moyse. 1971 Masson et Cia. Paris.

Produtos relacionados