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PULMONÁRIA

Pulmonaria officinalis L

Descrição

Planta herbácea perene, vivaz, de 15 a 50 cm de altura, que se desenvolve a partir de uma rizoma que atravessa o subsolo a pouca profundidade e a partir da qual inicia um caule simples e ereto com flores, que pode chegar até 30 centímetros de altura. Após a floração, as folhas grandes desenvolvem-se na sua base que, além do seu tamanho, se destacam porque na sua superfície apresentam uma série de manchas esbranquiçadas, de disposição e tamanho irregulares. As folhas com pecíolos ovais compridos, hisspidas e com manchas brancas. Os basais são lanceolados e pontiagudos, mais estreitos na base. As caulinarias são mais largas e abrasadoras. As folhas que começam a partir do caule são de menor tamanho, mas mantêm essas manchas características. As flores estão dispostas no topo do caule, em inflorescências curtas e em cimeiras terminais, são de forma tubular e de cor violeta, azul violeta ou um pouco rosada. O seu fruto é seco e múltiplo. Pertence à família das Boragináceas.

 

Floresce entre Março e Maio.

 

Parte utilizada

A planta inteira.

 

Princípios ativos

Polissacarídeos heterogéneos. Mucilagens como poligalacturonanos, arabinogalactanos, ramnogalacturonanos. Alantoina.

Ácidos fenólicos derivados do ácido cinâmico: ácidos clorogénico, rosmarínico e ascórbico.

Flavonoides (0,3-0,5%): glicosídeos de kenferol, rutina, isoquercitrina, quercitrina, astraglina e quercetina.

Taninos.

Saponinas.

Sais minerais (K, Ca, Fe, P, Mn, Cu) e especialmente ácido sílícico.

Outros: frutanos, rosaponina, vestígios de alcaloides pirrolizidínicos.

Ação farmacológica

* Utilização interna:

 

Emolientes e cicatrizantes (mucilagens, alantoina).

Adstringente (taninos).

Expectorante, balsâmica (saponinas).

Diurética e sudorífica (saponinas).

A remineralização, promove a cicatrização de lesões ósseas (atividade semelhante à espora), aumenta a resistência do tecido conjuntivo e aumenta a atividade dos leucócitos contra as infeções.

Atividade antigonadotrópica.

* Utilização externa:

 

Emoliente.

Anti-inflamatória.

Cicatrizante.

Indicações

Afeções das vias respiratórias: tosse, bronquite, faringite, tuberculose pulmonar, gengivite.

Reumatismo, fraturas ósseas.

Contraindicações

Hipersensibilidade a qualquer um dos seus componentes.

Doenças hepáticas, devido aos alcaloides pirrolizidinicos.

Gravidez: Foram realizados estudos em várias espécies de animais, utilizando doses várias vezes superiores às humanas, sem que tenham sido registados efeitos embriotóxicos ou teratogénicos; no entanto, não foram realizados ensaios clínicos em seres humanos, pelo que a utilização da pulmonária só é aceite em caso de ausência de alternativas terapêuticas mais seguras.

Lactação: Não se sabe se os componentes da pulmonária são excretados em quantidades significativas com o leite materno, e se isso pode afetar a criança. Recomenda-se que deixe de amamentar ou evite a administração de pulmonária.

Precauções e Interações com medicamentos

Tal como acontece com a Tussilago, é preciso ter cuidado e não é aconselhável dar durante muito tempo, devido ao seu conteúdo em alcaloides pirrolisidínicos, uma vez que são hepatotóxicos.

 

Quando prescrito a pacientes com dispepsias hipersecretórias, para aliviar os possíveis efeitos irritantes dos saponosídeos sobre a mucosa gastroduodenal, recomenda-se, associar-se a fármacos demulcentes como a camomila, malva ou malvavisco.

 

Interações com medicamentos:

 

A presença de mucilagens significa que existe um risco potencial de interação porque as mucilagens podem atrasar ou diminuir a absorção oral de outros princípios ativos. Por conseguinte, recomenda-se distanciar as doses de pulmonárias de outros princípios ativos.

 

Efeitos secundários e toxicidade

Foram relatados os seguintes efeitos hepatotóxicos devido aos alcaloides pirrolizidínicos.

Estudos

Estudio clínico sobre a sua ação anticoagulante sanguínea:

* Byshevskii ASh, Gerbert IIa, Dement'eva IA, Leven PI, Chiriat'ev EA. Nature, properties and the mechanism of the effect on blood coagulation of the preparation obtained from Pulmonaria officinalis. Gematol Transfuziol. 1990 Oct;35(10):6-9. PMID: 2079198 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Estudo clínico sobre a sua composição:

* Luthy J, Brauchli J, Zweifel U, Schmid P, Schlatter C. Pyrrolizidine alkaloids in medicinal plants of Boraginaceal: Borago officinalis L. and Pulmonaria officinalis L. Pharm Acta Helv. 1984;59(9-10):242-6. PMID: 6483923 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Bibliografia

- Benigni, R; Capra, C; Cattorini, P. Piante Medicinali. Chimica, Farmacologia e Terapia. Milano: Inverni & Della Beffa, 1962, pp.1156-6.

- Bézanger-Beauquesne, L; Pinkas, M; Torck, M. Les Plantes dans la Therapeutique Moderne. 2ª. Paris: Maloine, 1986, p. 353.

- Bézanger-Beauquesne, L; Pinkas, M; Torck, M; Trotin, F. Plantes Médicinales des Regions Tempérées. Paris: Maloine, 1980, p.284.

- Fernández, M; Nieto, A. Plantas Medicinales. Pamplona: Ediciones Universidad de Navarra, 1982, p.144.

- Mulet, L. Estudio Etnobotánico de la Provincia de Castellón. Castellón: Diputación Provincial, 1991, p. 361.

- Paris, RR; Moyse, M. Précis de Matière Médicale. Tome III. Paris: Masson, 1971, pp. 138.

- Van Hellemont, J. Compendium de Phytotherapie. Bruxelles: Association Pharmaceutique Belge, 1986, pp. 324-5.

- Wichtl, M. Herbal Drugs and Phytopharmaceutical. A Handbook for Practice on a Scientific basis. Stuttgart: Medpharm Scientific Publishers, 1994, pp. 397-9.

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