Descrição
Planta perene, entre 30 e
40 cm de altura, pertencente à família das Leguminosas, originária da Mongólia
e da China, onde é cultivada a partir de sementes ou por propagação. Requer solos
arenosos e húmidos e uma exposição ensolarada. Tem caules ramificados peludos
separados por 12-18 pares de flocos; as folhas, de 3 a 6 cm de comprimento, têm
uma forma triangular elíptica, imparipinna e alterna. As flores estão agrupadas
em inflorescências; os frutos são vagens, que encerram as sementes. As raízes
são cilíndricas, flexíveis, cobertas por uma membrana dura e enrugada, com uma
cor que vai do amarelo ao castanho; a polpa no interior tem um sabor suave e
ligeiramente doce, que muitas vezes faz lembrar o alcaçuz.
Parte utilizada
A raiz.
Princípios ativos
Polissacarídeos denominados
astragalanos: homopoglissacarídeos (α-glucanos) e heteropolissacarídeos
(neutros ou ácidos) de peso molecular variável.
Saponosidos genericamente
denominados astragalósidos: derivados do oleanano ou do cicloastragenol.
Outros compostos
identificados: isoflavonas (formononetina, calicosina e outros), pterocarpanos
e esteróis.
Ação farmacológica
Anti-envelhecimento: determinado
princípios ativos, como o cicloastragenol, podem induzir o rejuvenescimento dos
telómeros (região do ADN cujas funções são dar estabilidade estrutural aos
cromossomas), cuja degeneração por encurtamento está diretamente relacionada
com a idade. Diferentes estudos in vitro mostram que o cicloastragenol tem sido
eficaz na ativação das telomerasas, que são as enzimas capazes de alongar o
tamanho dos telómeros.
Imunomoduladora: em
vários estudos, a ação do astragalus foi verificada tanto na resposta
imunológica inata como na adquirida. Algumas das ações observadas são: indução
da ativação dos linfócitos T, regulação do equilíbrio celular T efetoras/reguladoras,
inibição de citocinas pró-inflamatórias, aumento da resposta anticorpos,
indução do interferão, da maturação e migração de células mononucleares.
Antioxidantes: em vários
estudos experimentais foram observados, entre outros, a diminuição das espécies
reativas de oxigénio e do malonil-aldeído, a indução de superóxido dismutasa, a
glutatião peroxzidasa e a catalasa ou a redução da apoptose celular.
Cardioprotetora: pela
ação antioxidante e melhoria do perfil lipídico, ao impedir a peroxidação dos lipídos
e aumentar a sensibilidade à leptina.
Antidiabético: melhora a
resistência à insulina.
Outros: antiviral,
antibacteriano, hepatoprotetor, antitumoral.
Indicações
Para estimular as defesas
em geral.
Como imunoestimulante,
especialmente em infeções de origem viral: constipação, gripe, herpes,
hepatite.
Prevenção de
constipações, gripes e outras infeções respiratórias.
Manutenção da saúde
cardiovascular.
Contraindicações
Gravidez e lactação.
Doenças autoimunes.
Pacientes transplantados.
Histórico de cancro hormonodependente (devido ao seu teor de isoflavonas).
Precauções
Diabetes.
Pacientes que vão ser
submetidos a anestesia cirúrgica.
Interações com medicamentos
Embora não tenham sido
descritos, pode interagir com imunossupressores e hipoglicémicos.
Efeitos secundários
Não foram descritos nas doses recomendadas.
Monografia da SEFIT (Sociedade Espanhola de Fitoterapia).
Ping Liu, Haiping Zhao, Yumin Luo. Anti-aging implications of Astragalus membranaceus (Huangqi) a well known Chinese tonic. Agind and Disease. Volume 8, Number 6; 868-886, December 2017.
Xiaoxia Li, Lu Qu, Yongzhe Dong, Lifeng Han et al. A review of recent research progress on the Astragalus genus. Molecules 2014 Nov; 19(11): 18850–18880.
Hui Wu, Yan Gao, Hai-Lian Shi et al. Astragaloside IV improves lipid metabolism in obese mice by alleviation of leptin resistance and regulation of thermogenic network. Scientific Reports. Article number: 30190 (2016).
Chao M, Zou D, Zhang Y, Chen Y, Wang M, Wu H, et al. Improving insulin resistance with traditional Chinese medicine in type 2 diabetic patients. Endocrine. 2009; 36 (2): 268-74.
