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ORTOSIFÓN OU CHÁ DE JAVA

Orthosifón stamineus Benth

Descrição

Planta perene, de até 60 cm de altura, com haste quadrangular pouco ramificada e folhas decussadas, pecíolo curto, limbo oval agudo um pouco assimétrico na base, pontiagudo e com a margem grosseiramente serrilhada; nervos de cor violeta, tal como o pecíolo. Inflorescências terminais em espigas de flores com pequeno cálice e corola tubulosa babliada branca ou azul-violeta; flores agrupadas em verticilos, com 4 estames azul-violeta muito salientes, de até 3 cm de comprimento, e com o estilo de comprimento igual. O fruto é um  tetraquénio oblongo rugoso.

 

Planta originária do Sudeste Asiático, que chega à Austrália e foi introduzida em áreas subtropicais da América do Sul. É cultivada na Indonésia, o principal exportador.

 

Parte utilizada

Folhas e sumidade florida.

 

Princípios ativos

Sais de potássio (3%).

Polifenóis: ácido rosmarínico, ácido dicafeiltartárico. Nas folhas há flavonoides di, tri, tetra e pentametilados: sinensetina, salvigenina, eupatorina, cirsimaritina e outros.

0,02-0,06% do óleo essencial (por destilação com água acidificada ou alcalinizada, obtém-se quantidades muito superiores), com uma composição extremamente complexa, dos cerca de 60 componentes identificados até agora, os mais importantes são os sesquiterpenos -elemeno, -carifilileno, -selineno, entre outros.

Outros princípios: -sitosterol, -amirina, inositol e diterpenos, colina, betaína.

Flavonoides polimetoxilatados (0,2%): sinensetina, eupatorina, escutelarina, salvigenina

Nas flores encontrou-se até 4% de um derivado benzopirânico (metil ripariocromeno A).

Ação farmacológica

Diurético azotúrico, uricossúrico e clorúrico. Devido a uma combinação da ação dos sais de potássio, saponinas e flavonoides. A sua ação diurética é comparável à da furosemida. A sua utilização prolongada alcaliniza a urina com o consequente benefício em caso de litíase úrica.

Hipocolesterolemiante.

Colagogo suave.

Hipoglicémico (ácido ursólico).

Bacteriostática (ácido rosmarínico).

Um estudo clínico demonstrou inibir o crescimento de diferentes microrganismos, entre os quais se destacam Escherichia coli, Klebsiella, Proteus e Pseudomona, em 200 pacientes com infeções urinárias, após duas semanas de administração da infusão.

 

Antioxidante (ácido rosmarínico), ao inibir a 15 lipoxigenase.

Anti-inflamatória (ácido rosmarínico).

Indicações

Infeções genito-urinárias: cistite, uretrite.

Para aumentar a diurese em caso de oligúria, edemas, ascites ou hipertensão arterial.

Artrite, artralgias, gota.

Litíase úrica.

Disquinesias biliares.

Complemente nos tratamentos de emagrecimento.

Contraindicações

Litíase oxálica: o orthosiphon produz uma alcalinização da urina que pode precipitar os sais oxálicos na forma de pedras.)

Edema devido a insuficiência renal ou cardíaca.

Gravidez e lactação.

Precauções e Interações com medicamentos

É necessário garantir um fornecimento abundante de líquidos para evitar a desidratação.

Insuficiência cardíaca: o ortosifon pode provocar desequilíbrios hidroelectolíticos, devido ao seu efeito diurético, o que agravaria a insuficiência cardíaca.

Insuficiência renal: o ortosifon pode piorar a função renal.

Efeitos secundário e toxicidade

Não foram descritos.

Estudos

- Beaux D, Fleurentin J, Mortier F. “Efecto de los extractos de Orthosiphon stamineus Benth, Hieracium pilosella L., Sambucus nigra L. Y Arctostaphylos uva-ursi (L.) Spreng en ratas”. Phytotheaphy Research.13(3):222-5, 1999 May.

- Nirdnoy M, Muangman V. “Efectos de las hojas de Orthosiphon en los promotores e inhibidores de piedras urinarias”. J. Med. Assoc Thai., 74, 6:318-21, 1991 Jun.

- Ohashi K, Bohgaki T, Shibuya H. Sustancia antihipertensiva en las hojas de Orthosiphon aristatus en la Isla de Java. PMID: 10825811 (PubMed-indexed for MEDLINE).

- Matsubara T, Bohgaki T, Watari M, Suzuki H, Ohashi K, Shibuya H. Acciones antihipertensivas del methylripariochromeno A de Orthosiphon aristatus, una planta medicinal tradicional de Indonesia. PMID: 10549860 (PubMed – indexed for MEDLINE).

- Burtin P. “Etude de l´activité diurétique de l´Orthosiphon stamineus”. Thèse de Doctorat en Pharmacie. Nancy 1983.

- Scheu SY., Liu C., Chiang HC. “The hypoglycemic principle of Mesona procumbens and Orthosiphon stamineus”. Chem Abstracts., 101, 207.623e, 1984.

- Yamahara J., Mibu H et al. “Biologically active principles of crude drugs. Antidiabetic principles of Corni fructs in experimental diabetes induced by streptozotocin”. Yakugaku Zasshi 101, 86-90, 1981.

- Tiktinsky OL., Bablumyan YA. “The therapeutic effect of Javea tea and Equisetum arvense in patients with uratic diathesis”. Urol Nephrol, 1, 47-50, 1983.

Bibliografia

- Real Farmacopea Española, Suplemento 2000.

- Plantas Medicinales. Thérapeutique-Toxicité. Christiane Vigneau. Masson, Paris 1985.

- Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. Norman Grainger Bisset (Ed). Max Wichtl. CRC Press.1994.

- Plantas Medicinales y Drogas Vegetales para infusión y tisana. Edición española a cargo de: Salvador Cañigueral, Roser Vila, Max Wichtl.1998.

- Fitoterapia Aplicada. J.B. Peris, G. Stübing, B.Vanaclocha. Colegio Oficial de Farmacéuticos de Valencia 1995.

- Fitoterapia: Vademecum de Prescripción. Plantas Medicinales. B.Vanaclocha, S. Cañigueral. Editorial Masson, 4ª edición.

- Plantas Medicinales.  Margarita Fernandez y Ana Nieto. Ed Universidad de Navarra. EUNSA 1982.

- 100 Plantes Medicinales. Max Rombi. Romart 1998.

- Catálogo de Plantas Medicinales. Consejo General de Colegios Oficiales de Farmacéuticos. 2003.

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