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AIPO

Apium graveolens L

Descrição

Planta herbácea bienal da família das umbilíferas. Pode atingir até 90 cm de altura. O caule é oco e fistuloso com inúmeras nervuras. As folhas são robustas, brilhantes, pinuladas ou bipinuladas, compostas por folíolos rombiformes, muitas vezes divididos em três segmentos, pecioladas e aromáticas.

 

As flores são pequenas e esbranquiçadas ou esverdeadas, dispõem-se em umbelas compostas sobre pedúnculos robustos, sem invólucro. Os frutos são diaquenios verde-acinzentados ou verde-acastanhados, com apenas 0,8-1,5 mm de comprimento, ovais, com estilopódio cónico  com a extremidade superior e dois restos de estilos curtos. Na parte de trás observam-se três pequenas costelas, claras ou esbranquiçadas, que sobressaem do fundo mais escuro. Os diaquenios são geralmente divididos nos mericarpos. Os pedúnculos são curtos.

 

É originário de terras salgadas e pântanos da Europa, Ásia e América. Têm sido cultivados diferente tipos desde os tempos antigos, atualmente para fins agrícolas e industriais na Índia e na China, principalmente.

 

Partes utilizadas

Os frutos (Apii fructus). Em menor medida (popularmente) toda a planta e a raiz.

 

Princípios ativos

Óleo essencial 2-3%: com limoneno (60%) e selineno (10%) como componentes principais. Terpenos: p-cimeno, -terpineol, -pineno, -cariofileno, -santalol e dihidrocarvona;  Butilfthalidas sedanólida (2,5-3%) e sedaenólida, além de n-butilftalida e  ácido sedadénico  (cerca de 0,5%) que lhe conferem o aroma característico.

Cumarinas C-preniladas, tais como ostenol, apigravina e celerina.

 Furocumarinas livres e glicossiladas: apiumetina, rutaretina, nodakenetina, celereoína, etc.

Flavonoides: apigenina, apiína (=apigenina-7-apiosilglucósido), graveobiósido A (=luteolina-7-apiosilglucósido), graveobiósido B (=crisoeriol-7-apiosilglucósido), isoquecitrina

Alcaloides não identificados.

Indicações

A Comissão E não recomenda a utilização desta planta porque não encontra os seus efeitos terapêuticos e secundários bem fundamentados. Tem sido popularmente utilizado como:

 

Diurético suave

Carminativo

Emenagogo (provavelmente por apiina).

Remineralizante

Depurativo

É ocasionalmente usado na medicina popular para diferentes fins:

 

Afeções renais e da bexiga devido ao seu leve efeito diurético

Gota e outros probemas reumáticos, pelos seus efeitos purificadores e diuréticos ao mesmo tempo que remineralizam

Agitação e inquietação nervosa pela ação sedativa descrita para o seu óleo essencial (fração alcaloide isolada dos frutos, parece que é pouco tóxica; também algumas cumumarinas). Alguns estudos demonstram atividade anticonvulsa em alguns dos seus compostos: n-butillftalida e n-butil-4,5-dihidroftalida.

Contraindicações

Nefrite e insuficiência renal (as umbiliferas podem piorar a patologia renal através da ação repulsiva sobre o epitélio renal). Gravidez (A apiina pura  é abortiva)

 

Precauções e interações

Em pessoas sensibilizadas podem gerar reações alérgicas cruzadas com outras plantas da família das umbiliferas.

 

Efeitos secundários

As furocumarinas podem causar fenómenos de fototoxicidade por contacto em pessoas sensíveis. A dermatite que aparece, ocorre com vesículas e bolhas, seguida de hiperpigmentação residual.

Estudos 

Gral N, Beani JC, Bonnot D, Mariotte AM, Reymond JL, Amblard P. [Plasma levels of psoralens after celery ingestion] Ann Dermatol Venereol. 1993; 120(9):599-603. French. PMID: 8161113 [PubMed - indexed for MEDLINE]

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